Um caso de violência e abuso de autoridade chocou os usuários do transporte público na Região Metropolitana do Recife. Uma mãe de 31 anos foi agredida por um funcionário da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) na manhã da segunda-feira (28), na Estação Alto do Céu, em Jaboatão dos Guararapes, quando levava seu filho de 10 anos, que tem Síndrome de Down, para uma sessão de terapia no bairro de Afogados.
A mulher relatou, em entrevista à TV Guararapes, que a criança sofre de ansiedade e pediu para usar o banheiro da estação. Após conseguir autorização, ela ajudou o filho e realizou a limpeza do local. Contudo, alguns resíduos teriam permanecido no chão, e ao tentar comunicar o fato à equipe, não encontrou ninguém.
Funcionário partiu para agressão e fingiu estar armado
Instantes depois, a vítima foi confrontada pelo chefe da estação, que, segundo o relato, a xingou e tentou tomar seu celular, enquanto ela registrava a discussão em vídeo. Na tentativa de impedir a gravação, o funcionário a empurrou e agrediu fisicamente, além de fingir que estava armado, o que aumentou ainda mais o clima de medo e tensão no local.
“A sorte que tinha um rapaz que me ajudou. O funcionário da CBTU bateu em mim, com o meu filho do meu lado, e ainda fingiu que estava armado. Eu fiquei sem entender nada. Acho que ele teve um surto”, disse a mulher, ainda abalada.
Polícia prendeu o agressor em flagrante
A Polícia Civil de Pernambuco informou que o agressor foi preso em flagrante, autuado por ameaça e vias de fato, e conduzido à Delegacia de Prazeres, onde foram realizados os procedimentos legais. O homem segue à disposição da Justiça, e as investigações continuam em andamento para apurar a conduta e circunstâncias do crime.
CBTU se posiciona e promete medidas administrativas
Em nota oficial, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) lamentou o ocorrido e informou que vai tomar as medidas administrativas cabíveis, incluindo o afastamento cautelar do empregado. A empresa afirmou ainda que repudia qualquer forma de violência e que realiza programas de reciclagem e capacitação sobre o enfrentamento à violência e ao respeito à diversidade nos ambientes da companhia.
Caso gera repercussão e levanta debate sobre inclusão e respeito
O episódio repercutiu fortemente nas redes sociais e levantou debates sobre o tratamento dado a pessoas com deficiência e seus responsáveis em espaços públicos. Especialistas e entidades de defesa dos direitos humanos destacaram a necessidade de capacitação de funcionários públicos para lidar com situações que envolvem pessoas com deficiência, especialmente em locais de grande circulação.